Audrey Souza participa da 3ª Convenção de contabilidade promovida pelo Conselho Regional do Amazonas
MANAUS – O papel do profissional da contabilidade mudou e com a intensificação das investigações sobre corrupção no Brasil é preciso repensar a função. Para isso, o Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas (CRC-AM) realiza a III Convenção de Contabilidade do Amazonas, que contou com uma palestra magna ministrada pelo perito criminal da Polícia Federal, Audrey Souza em Manaus. Souza atua na investigação de crimes financeiros e é integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato.
De acordo com o presidente do CRC-AM, Manoel Júnior, é fundamental discutir o papel do contador no atual momento político do País. “É um tema muito atual porque estamos vendo o processo da Lava jato, que vem evidenciando esse tipo de caso de desvio de dinheiro, caixa dois eleitoral, abuso do poder econômico, o que afasta as pessoas da política”, justificou ao Portal Amazônia.
“Qual o papel do profissional da contabilidade?”
Essa é a principal questão discutida na convenção e a pergunta que Manoel Júnior faz a todos os engajados na área. “Qual a contribuição que podemos dar para a sociedade? É muito em cima dessa reflexão que trouxemos esse tema. Temos que fiscalizar e mostrar a nossa importância no combate à corrupção e à sonegação”, destacou.
Para ele, muito além de contador, o profissional da área é um auxiliar que ajuda o empresário a crescer. “Hoje, em toda instituição ou empresa, existe um contador. Tem que existir para quem quer ter uma gestão de sucesso. Nosso perfil mudou muito. Costumo dizer que também somos um pouco administradores, advogados, psicólogos, porque participamos do desenvolvimento da empresa”, declarou.
O palestrante da noite, o perito criminal na Polícia Federal, Audrey Souza, explicou aos participantes detalhes importantes sobre atividade. “O profissional da área contábil atua em uma posição extremamente estratégica dentro de uma organização, tanto pública, quanto privada. E com toda essa mudança de legislação, a responsabilidade do profissional dessa área cresceu muito e passou a ser encarado como um guardião da qualidade da informação que é gerada”, afirmou.
“O grande problema dos sistemas de corrupção e de fraude é justamente a péssima qualidade de informações produzidas no sentido de dissimular o pagamento de propinas, superfaturamento, todos os crimes financeiros. Nossa ideia é trazer uma mensagem de reflexão no sentido de convidá-los a ajudar o Estado a combater a corrupção”, completou.
Souza afirmou ainda que tratar o tema em uma convenção na cidade é um ato de coragem e que deve ser seguido como exemplo. “A batalha não é só dos órgãos do Estado, é do interesse de todos nós, porque ela mata milhares de pessoas todos os dias. Seja por privação de saúde, educação, enfim”, lembrou.
A contadora Rocilene Cavalcante Leite trabalha há 20 anos na área e acredita que a iniciativa de promover um evento com este tema ajuda a incentivar o profissional a se dedicar. “O contador é uma pessoa extremamente responsável pelos documentos das empresas. A assinatura dele está lá, é ele que responde por quase tudo praticamente, então é importante que as empresas entendam que um contador não é só um mero executor, mas um responsável pela empresa. É preciso que o contador também se conscientize de seu papel”, comentou.
Fonte: http://portalamazonia.com